terça-feira, 28 de setembro de 2010

Garota Infernal - Parte II

(x) sobre jovens (x) para jovens

“O inferno é uma adolescente”.

Análise sobre os tipos jovens representados:

1) Jennifer:

Ligação com o cenário:
Jennifer achava-se grande para aquela cidade do interior por sua popularidade devido à beleza.
Personalidade (comportamento):
Orgulhosa, Jennifer representa um estereótipo clássico em teen movies americanos: a popular e patricinha líder de torcida. Um tipo fisicamente perfeito, porém cheio de defeitos internos que a tornam até desumana – por mais que um ser seja belo, dificilmente, ele terá uma personalidade totalmente imoral, pois a consciência acaba por prevalecer dependendo da educação e formação do ser.


2) Needy:
Needy, diferente de Jennifer, parece ser apenas mais uma nerd estereotipada característica de filmes teen, mas logo percebemos que muito mais do que isso se esconde atrás de seus óculos grandes e roupas desajeitadas. Se não levarmos em consideração sua aparência, Needy é uma personagem ordinariamente comum, com características próprias, sem idealizações. Além de ser pouco tímida, o tipo representado aqui não se priva do convívio social, tendo até mesmo relacionamentos amorosos e pouco medo de discutir e impor suas ideias aos mais “preciosos socialmente”.
Relação com outros personagens:
A amizade construída desde a infância entre ela e Jennifer é questionada em vários momentos por personagens que apenas observam este estranho relacionamento. Mesmo explicitamente opostas, Needy teima em afirmar que as duas possuem muito em comum. A importância que é conferida a Jennifer, que pode ser confundida com atração lésbica, nada mais é do que uma obsessão. A segurança que lhe é dada, além de todas as experiências que as duas devem ter passado juntas, desde brincadeiras ingênuas até a descoberta da sexualidade (fingiam ser um casal de namorados), leva nossa querida e ofuscada Needy a dependência da “garota infernal”.

3) Colin Gray (emo):
Colin é um personagem secundário, mas que retrata perfeitamente a famosa modinha melancólica que se alastrou por milhares de jovens desta geração. Emotivo, ele segue a corrente expressamente em suas vestimentas pretas e exageradas, uso de acessórios típicos, maquiagem e franja e gostos musicais comuns ao gênero. Porém, não é anti-social e interage com os outros personagens normalmente, inclusive, demonstrando desejos por Jennifer e, no início, interesse pela amizade de Neddy, que entendia seus escritos poéticos com tendências depressivas.

Valores e dilemas juvenis:
A moda sempre existiu, sendo um diferencial de tribos e adquirindo um papel quase fundamental na personalidade em formação de um jovem. Porém, atualmente, isso se pronuncia de forma demasiada e toma proporções maiores na definição de gostos musicais até o molde de como o adolescente deve se comportar em determinadas situações (um exemplo é o “emo” ter um compromisso com a emoção exagerada).

Garota Infernal - Parte I

Título Original: "Jennifer's Body"
Direção: Karyn Kusama
Roteiro: Diablo Cody
Origem: Estados Unidos
Ano de lançamento: 2009
Duração: 102 minutos

Elenco
Megan Fox (Jennifer Check)
Amanda Seyfried (Anita "Needy" Lesnick)
Johnny Simmons (Chip Dove)
Adam Brody (Nikolai Wolf)
J.K. Simmons (Sr. Wroblewski)
Kyle Gallner (Colin Gray)
Amy Sedaris (Toni Lesnicky)
Cynthia Stevenson (Sra. Dove)
Carrie Genzel (Sra. Check)
Juan Riedinger (Dirk)
Chris Pratt (Policial Roman Duda)
Juno Ruddell (Policial Warzak)

Dirigido por Karyn Kusama, "Garota Infernal" é um filme de humor negro que representa, em seu plano de fundo, as juventudes atuais, ou seja, existe um foco no roteiro paranormal, porém, este é adaptado para se passar em um ambiente totalmente jovem, acompanhando os cenários e a trama de típicos personagens adolescentes. Embora cada um dos adolescentes esteja, de alguma forma, enquadrado num estereótipo, há um cuidado em individualizar suas atitudes - um exemplo é o considerado "emo" atrair-se pela "gostosona" da escola.
Resumindo, a história desenvolve-se em torno das melhores amigas de infância Jennifer, a popular e linda líder de torcida, e Neddy, uma garota normal com aparência desleixada e nerd. Ambas vivem em uma cidade do interior que possui uma espécie de buraco negro aquático no meio da floresta, onde Jennifer é levada para ser sacrificada em um ritual, que necessitava de uma virgem, realizado por uma banda de rock que almeja sucesso. O problema é que a garota mentiu ser virgem e um demônio acaba possuindo seu corpo. Assim, Jenny começa a se alimentar de corpos de garotos do local, deixando o clima do ambiente escolar pesado inicialmente - na minha concepção, o filme retrata com certa sensibilidade o luto dos jovens e logo depois a indiferença perante o que se torna parte do cotiadiano. Jennifer revela-se apenas para a melhor amiga e esta tem a missão de impedir que as mortes continuem, antes que seja tarde demais.
A trilha sonora também nos leva a crer que o longa é intencionalmente um teen movie, porém, que não nos leva a um lugar essencialmente comum - considerando o seu final sádico e a produção cinematográfica.

domingo, 19 de setembro de 2010

10 Coisas que Eu Odeio em Você - Parte III

Análise de cenas e/ou diálogos relevantes:


1. Kat recebe carta da universidade – foi aceita. Na sala, Kat (K), Bianca (B) e o pai delas (P) discutem.
P- Sarah Laurence não fica no outro lado do país?
K- Uma das razões para a candidatura.
P- Mas decidimos que ficaria aqui na escola. Washington como eu. Ser uma Wusky.
K- Não, você decidiu.
P- Então vai sem hesitar?
B- Esperamos que sim.
K- Pergunte à Bianca quem a trouxe para casa.
P- Não mude de... Quem te trouxe para casa?
B- Não se aborreça, há um rapaz...
K- Um imbecil incrível.
B- ...que poderá convidar-me...
P- Eu sei o que ele vai te perguntar e a resposta é não. Quais são as duas regras dessa casa? Número um: nada de namoros até se formarem. Número dois: nada de namoros até se formarem.
[...]
B- Sou a única garota da escola que não namora.
P- A sua irmã não namora.
K- Nem desejo.
P- E por quê?
K- Já viu os marginais sujos daquela escola?
B- De onde você é, do planeta dos perdedores?




O pai super protetor citado anteriormente é visível neste diálogo, onde impõe regras privativas e tem a ilusão de que sabe decidir o que é melhor para a filha contra a vontade dela. Também podemos notar a conseqüência dessa repressão, que é o fato da Bianca querer namorar independente de sentimentos reais, mas apenas para vivenciar experiências inusitadas para ela.

2. Diálogo entre Bianca (B) e Kat (K)
B- Já pensou num novo visual? Tem potencial enterrado debaixo dessa hostilidade toda.
K- Não sou hostil. Estou aborrecida.
B- Por que não tenta ser simpática? As pessoas ficariam sem saber o que pensar.
K- Não me interessa o que as pessoas pensam.
B- Importa sim.
K- Não, não me importo. Não tem de ser o que eles querem que seja.
B- Acontece que gosto de ser adorada. Obrigada.

A insegurança e a busca pela aceitação levam Bianca a adaptar-se a uma situação não inerente ao seu ser, não se importando em agir contra os seus desejos verdadeiros para ser adorada. A situação tem como consequência a perda da sua personalidade e da essência da sua pessoa para conservar uma imagem falsa, que também interferirá na realidade dos outros, que conviverão com algo que não é original. Kat é capaz de ver o quão opressor é o sistema, acreditando que se não se importar com o que pensam sobre si, conseguirá desenvolver o seu potencial como ser humano integralmente.
No entanto, não podemos excluir a possibilidade de Bianca ser assim por natureza e, por acaso, este seu comportamento convém com o que é exigido para o sucesso na vida social.

3. Kat (K) conversa com Bianca (B) como amiga-irmã pela primeira vez.
K- Eu sei que detesta ficar em casa por eu não ser uma garota normal.
B- Como se você se importasse.
K- Eu me importo, mas acredito em fazer uma coisa pelas nossas razões e não pelas razões dos outros.
B- Gostaria de ter esse luxo. Sou a única do segundo ano que foi convidada para o baile e que não pode ir porque você não quer ir.
K- O Joey nunca te contou que nós namoramos, não é? No nono ano, durante um ano.
B- Mas você odeia o Joey.
K- Agora odeio.
B- O que aconteceu?
K- [...]
B- Por favor, diz que está brincando!
K- Só uma vez. Logo depois da mamãe ter ido embora. Todos faziam isso, por isso eu fiz. Depois, eu disse que não queria mais porque não estava preparada. Ele ficou zangado e me deixou. Por isso, jurei nunca mais fazer nada só porque os outros fazem. E desde então não tenho feito, com a exceção da festa do Bogev e de ter vomitado.
B- Por que não me contou?
K- Queria que você chegasse sozinha a uma conclusão sobre ele.
B- Então por que ajuda o papai a me fazer prisioneira? Não sou assim tão estúpida para repetir os teus erros.
K- Pensei que estava te protegendo.
B- Ao não me deixar ter nenhuma experiência?
K- Nem todas as experiências são boas, Bianca. Nem sempre podemos confiar nas pessoas.
B- Acho que nunca saberei, não é?


Kat apresenta nesta cena as razões que a levaram a este comportamento diferenciado, surpreendendo-nos ao revelar que já viveu de acordo com o que Bianca considera normal. Suas experiências deste tempo não trazem nenhum orgulho para Kat, que por algumas razões conscientizou-se acerca da situação ridícula na qual se encontrava. Sua má vontade em ajudar Bianca a viver algumas coisas proibidas pelo pai perde o caráter de implicância e assume sua real motivação: proteger a irmã de experiências ruins já vivenciadas por ela. Não concordando com o que é dito por Kat, Bianca abandona a cena irritada por ser privada do que quer para si. O início da cena expõe mais uma vez as ideias da primogênita sobre o comportamento da juventude manipulada por fatores externos.

10 Coisas que Eu Odeio em Você - Parte II

(x) sobre jovens (x) para jovens

Análise sobre os tipos jovens representados:

1) Kat

Kat, pelo menos no ambiente escolar, é portadora de uma personalidade singular. Enquanto todos os outros personagens vivem rodeados por um séquito de semelhantes na personalidade e aparência, ela é sempre representada como exclusiva em seu modo de ser. Até mesmo suas amigas parecem vê-la com olhos pouco generosos nos momentos onde o seu estilo de pensar revolucionário se faz presente. Essa peculiaridade da personagem permite que ela seja capaz de observar e se posicionar em relação ao absurdo que presencia diariamente com mais lucidez do que os que estão inseridos e sendo manipulados pelo sistema. Experiências desagradáveis pelas quais Kat passou distanciaram-na da realidade juvenil graças ao amadurecimento precoce que, em alguns momentos, não se manifesta.

Ligação com o cenário:
Kat apresenta um diferencial ao visitar com freqüência uma livraria, onde se interessa pelos equipamentos musicais e busca livros, ato incomum entre os jovens que a cercam – exceto os interessados em Shakespeare.
Além disso, apóia o feminismo e freqüenta shows realizados por mulheres. Ao relacionar-se com Patrick, ambos começam a ir em ambientes que possibilitam o romantismo e a diversão (como o lago onde andam de pedalinho e o paintball onde acabam entre as palhas, num longo beijo).

Definição de festa para Kat: “é uma desculpa tola para idiotas beberem cerveja e esfregarem-se uns nos outros para se distraírem de suas vidas consumistas sem sentido”.

2) Bianca

A vaidosa Bianca, irmã de Kat, representa a juventude manipulada pelo sistema. É atraente, porém, alienada, e encara a vida de forma fútil. Sua realidade gira em torno da tentativa de atingir o sucesso social, não havendo espaço ou tempo para reflexões acerca do que deveria ser prioridade. Suas vontades são suprimidas por ela mesma, que apenas se comporta de acordo com aquilo que é esperado pelos outros, afinal, gosta de ser amada. O relacionamento com as outras personagens do filme é tão superficial quanto sua personalidade moldada, onde podemos perceber que muito do que é dito e feito só é assim por ser conveniente para a imagem dos jovens no seu pequeno grupo e para os que estão observando externamente. Sua volubilidade é sempre exposta quando Bianca conversa com Kat que, supostamente, é capaz de julgar o que vê de forma imparcial. O pai da personagem interfere em sua vida proibindo-a de fazer certas coisas que são normais nesta faixa etária, criando, talvez, um desejo ainda maior de se igualar aos outros.

3) Cameron Cameron é novo na escola e tudo lhe é apresentado como algo novo. Enxerga em Bianca, uma patricinha intocável, um ser puro e belo por quem se apaixona cegamente, sem perceber a futilidade da garota – assim, podemos notar a sua ingenuidade. Com sorriso fácil, olhos pequenos e uma timidez ao se relacionar com Bianca, as expressões de Cameron são o que podemos chamar de “meigas”. Quando o personagem começa a enxergar com clareza a personalidade superficial de sua paixão, é como se tivesse amadurecido. Embora seja tímido, ele corre atrás da realização de seus planos.

4) Patrick

Ligação com o cenário:

O cenário onde Patrick geralmente se encontra reflete o seu estereótipo de bad boy, sendo representado por uma espécie de oficina de ferragem e outros ambientes pesados, como um bar com mesas de sinuca cheio de motoqueiros. Para começar a se relacionar com Kat, começa a freqüentar lugares comuns aos da personagem, deixando para trás sua imagem inventada.

Personalidade (comportamento):
O passado negro, misterioso e composto por boatos absurdos atribuíram a Patrick a fama de bad boy. O jovem parece não se importar com o rótulo, não negando nada do que é dito sobre ele, afinal, esta posição lhe confere uma série de vantagens. Ser temido é uma grande dádiva no ambiente escolar representado no filme, onde existe uma competição entre os tipos paralelos. Desta forma, ele consegue se esquivar de qualquer conceito banal que o encaixaria nesta juventude imatura.
- Suas falas e expressões estão recheadas de um humor sarcástico, porém, simpático.

Valores:
Por trás desta máscara comportamental, existe um jovem romântico, que, embora tenha sido pago para conquistar Kat, acaba por deixar-se levar pela paixão decorrente do conhecimento pela garota. Aparenta certo idealismo ao planejar momentos inesquecíveis especialmente para Kat, como, por exemplo, cantar “Can't Take My Eyes Off You” para conquistar o seu perdão, ou lhe presentear com uma guitarra, sendo atencioso em relação aos sonhos triviais de Kat (um deles era formar uma banda).

Interação com fatos da trama:
Pessoas o temem pelos boatos misteriosos e sem fundamento.

Estereótipos apresentados no início do filme:

As tribos nas quais se encaixam os alunos da nova escola de Cameron são apresentadas no início do filme. Claro que tudo o que vemos é exagerado, mostrado através de estereótipos pouco verossimilhantes à primeira vista, porém, não é difícil de resgatar algum fundamento nesses excessos e compará-los com o que vemos em situações cotidianas. Há, inegavelmente, variações ocasionadas pela cultura, época, coorte, mas a associação continua sendo válida.
Sempre há um grupo de “pessoas bonitas” conscientes do poder que esta característica lhes dá, levando-os a um comportamento esnobe, construindo uma aura de superioridade sobre eles. Não falta espaço para as “patricinhas” burras, fúteis, as musas inatingíveis pelos fracassados que insistem em se apaixonar por esses tipos. A “turma do café” pode ser traduzida para a nossa realidade como a representação dos cults, os que aderem a uma vida regada por cultura alternativa. Os “cowboys” do longa, que “o mais próximo que chegaram de uma vaca foi no McDonald’s” nos remetem aos que tentam insistentemente manter viva uma tradição que não é mais praticável (tradicionalistas). Os CDFs, alunos estudiosos, materializam-se nos “futuros MBAs”, desconfiados e gananciosos. Por fim, os “rastas brancos”, que não passam de lunáticos, o pessoal que confunde a realidade, encaixando-se em uma dimensão própria, aderindo um ídolo como Bob Marley, interpretando suas citações e seguindo seus atos como fumar maconha.

Valores e dilemas juvenis que
Permanecem até hoje:

- Atualmente, apesar de a juventude ter cada vez menos limites, ainda existem os pais radicais no sentido oposto, os pais super-protetores. Estes interferem na formação do indivíduo de maneira repressora, impondo limites excessivos à liberdade dos filhos, o que pode resultar em duas sérias conseqüências:
1) O jovem pode crescer sem as experiências necessárias para encarar o mundo sozinho. Em vez de evoluir gradativamente, ocorre um choque na hora de seguir em frente, o que, por não ter o preparo psicológico que se espera de um jovem adulto, lhe faz regredir.
2) O jovem pode tornar-se um rebelde e almejar liberdade a qualquer custo. Sem uma educação paralela, este também não está preparado, já que, normalmente, existem muitos tabus entre a relação desses pais e filhos.
Os pais repressores muitas vezes interferem no futuro dos filhos diretamente, como no caso da Kat ter decido por tal universidade e o pai dela não ter lhe apoiado inicialmente.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

10 Coisas que Eu Odeio em Você - Parte I

Título Original: "10 Things I Hate About You"
Direção: Gil Junger

Roteiro: Karen McCullah Lutz e Kirsten Smith
Origem: Estados Unidos
Ano de lançamento: 1999

Duração: 97 minutos

Elenco:
Heath Ledger (Patrick Verona)
Julia Stiles (Kat Stratford)
Joseph Gordon-Levitt (Cameron James)
Larisa Oleynik (Bianca Stratford)
Larry Miller (Walter Stratford)
David Krumholtz (Michael)
Andrew Keegan (Joey Donner)
Susan May Pratt (Mandella)
Gabrielle Union (Chastity)
Samantha Lee Great (Britanny)


Dirigido por Gil Junger, 10 Coisas que Eu Odeio em Você é uma adaptação da peça “A Megera Domada” de William Shakespeare para a década de 90. A protagonista Kat representa a megera diante da juventude contemporânea, que é constituída de tipos mascarados que se interagem entre semelhantes igualmente estereotipados. Conforme as regras instituídas pelo seu pai, a irmã de Kat, Bianca, só pode namorar quando Kat o fizer, e, assim, o desejo de Bianca de viver suas próprias experiências é impedido pelo desprezo natural pelos adolescentes locais da irmã mais velha. A missão do apaixonado Cameron é encontrar alguém que agüente sair com a indomável Kat, o que parece ser impossível antes do bad boy Patrick aparecer. Assim a trama desenrola-se abordando o relacionamento de Kat e Patrick (que, inicialmente, é pago para sair com ela, porém, acaba se apaixonando) e o de Bianca e Cameron (que têm Joey, o pegador riquinho que paga Patrick, como obstáculo). O roteiro é típico, porém, se destaca em termos de humor inteligente e cenas adoráveis.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Eu, Christiane F. - 13 Anos, drogada e prostituída - Parte III

Análise de cenas e/ou diálogos relevantes:

1. Christiane F. (C) conversa com a mãe (M) sobre a sua ida ao show do David Bowie após tatuar-se.


M- Talvez eu consiga duas entradas da firma.
C- Você é um anjo.
M- Machucou a mão?
C- É só uma tatuagem.
M- O que?
C- Uma tatuagem, mas não está pronta.
M- Nunca mais vai se livrar dela. Bem, é você que vai ficar com ela.

Nota-se, a partir deste diálogo, a postura imparcial da mãe em relação às atitudes de sua filha que, provavelmente, seria repreendia por qualquer outro responsável nestas situações. A responsabilidade não é dividida em momento algum, dando-nos uma impressão de despreocupação com a filha. Vale ressaltar que pouco pode se concluir sobre a forma com que Christiane se relaciona com sua família, já que o filme não aborda estes pontos efetivamente.

D- Sua mãe sabe onde você está?
C- Claro, ela não é boba.

Acima, nos deparamos com um fragmento de um diálogo entre Christiane e Detlev, quando ambos estavam na casa dele, deitados na cama. Não é de se duvidar que a mãe realmente sabia onde Christiane estava e que não fez nada para impedir-la de dormir na casa de um desconhecido; porém, deste jeito, a mãe é “boba” ou não se preocupa com a filha. Concluímos que ela é os dois.

2. Christiane F. (C) encontra Detlev (D) na Sound após se drogar pela primeira vez.



D- Perdeu o juízo?
C- Você diz isso?
D- Tem que copiar o que faço?
C- Queria saber o que sentia.
D- Agora já sabe.

Christiane F. segue, conscientemente, os passos de Detlev rumo à desgraça por todo o filme. O rapaz, que sabe onde tudo isso acabará, alerta a amada sobre o que pode acontecer, censurando-a por ter usado a droga pela qual ele é viciado. A situação expõe o que ocorre inúmeras vezes durante o longa. Os que já são usuários da droga sabem que não estão fazendo a coisa certa, mas criticam duramente aqueles que querem passar pela mesma experiência. Não vejo problema em alertar o próximo contra aquilo que já se viveu e foi diagnosticado como algo ruim, porém, pouco se faz para mudar a própria atitude. O tema, no entanto, é mais delicado do que aparenta, pois o comportamento em questão envolve dependência química, algo que vai além do racional.


3. Diálogo entre Christiane (C) e Detlev na cama.


D- Vou para a estação central.
C- Fazer o que?
D- Faço ponto.
C- Não brinca.
D- É verdade...
C- Sai com bichas?
D- Só o que faço é masturbá-los. Se pensar no que pagam, não é nada.
[...]
C- Isso não te incomoda?
D- É só um trabalho.
C- Então não lhe dá prazer.
D- É nojento, faço por grana. Agora não gosta mais de mim.

Assim que Detlev anuncia o que faz, Christiane parece simplesmente curiosa a respeito dos clientes. Imatura, ela não pensa no universo o qual pertence seu presente e nem preocupa-se com as inúmeras possibilidades prejudiciais que o trabalho de seu namorado comporta; tanto que a prostituição se apresenta para ela como a saída mais viável num momento de crise (quando pedir esmolas não foi compensador).

4. Babsi (B) e Christiane F. (C) conversam sobre a tentativa de largar as drogas.


B- Vou largar.
C- Então, por que ainda está aqui?
B- Começarei amanhã. Amanhã mesmo.
C- Puxa, Babsi. Acho isso genial.
B- Ou paro agora, ou morro.
C- Vai parar, eu sei.
B- Quando me livrar após a terapia, como será?
C- Sem essa, Babei. Quer saber? Também vou largar. Faço terapia com você. Largaremos juntas.
B- Sério?
C- Você vai ver. Chegaremos lá.

-Promessas levianas/utópicas.
-A cena inicia-se com um comentário feito pelas personagens, já extremamente degradadas, sobre duas jovens de aparência saudável que passavam pela estação. “Logo estarão como nós”. Não há espaço para otimismo. Todos que estão nessa sabem que não estão fazendo o melhor para si mesmos e prometem levianamente, talvez conscientes que estes sonhos utópicos não passarão de metas nunca atingidas, trabalhar por um futuro melhor. O apoio que se dá ao próximo não costuma chegar com a mesma intensidade àquele que precisa tanto de ajuda quanto ele.

Eu, Christiane F. - 13 Anos, drogada e prostituída - Parte II

Contexto: Uma nova droga começava a circular em Berlim: a heroína. A Alemanha Oriental, em plena Guerra Fria, entrava em decadência enquanto os núcleos familiares se desarticulavam. Não havia espaço para pensamentos acerca de um futuro promissor, ou melhor, pouco se pensava sobre o futuro, pois não fazia sentido.

(x) sobre jovens ( ) para jovens

Análise sobre os tipos jovens representados:

Na tentativa de estudar os jovens representados neste filme, nos deparamos com uma situação complicada. Christiane F.- 13 anos, drogada e prostituída funciona de forma completamente distinta dos outros filmes que pudemos analisar até aqui. Os tipos jovens representados não traziam consigo a bagagem com a qual estávamos acostumados. Não há uma exposição dos antecedentes, pouco sabemos quais são seus problemas e o que pensam permanece oculto. Os fatos são apresentados superficialmente, nenhuma explicação ou motivação por parte dos jovens parece necessária.
Talvez, o diretor considerasse as seringas mais atraentes do que os personagens, que nunca atingiram a mesma profundidade do objeto pontiagudo.

Christiane F. (13-14 anos), Detlev, Babsi

Ligação das personagens com os cenários:


-Sound: A discoteca um tanto estranha foi o portal de acesso de Christiane para a realidade que ela passaria a viver nos próximos momentos de sua vida turbulenta. Lá, o grupo de personagens, todos unidos pelo mesmo problema com as drogas, é apresentado à grande vilã de toda a história. Em um lugar onde tudo pode ser feito, são poucos os que não se rendem à curiosidade de experimentar tudo o que é oportunizado.

-Estação Berlin Zoologischer Garten: Também conhecida como Bahnhof Zoo, a estação central de Berlim era, além de um ponto de prostituição, a vitrine do destino dos jovens que se tornavam escravos das drogas. Precisando sustentar o vício, Christiane F. que, assim como os outros, não conseguia passar muito tempo “limpa”, acabou se prostituindo aqui.

Personalidade (comportamento) das personagens:


Como o subtítulo nos revela, o filme é o “retrato de uma nova geração”, pois, como toda a geração retratada, o comportamento é generalizado para ressaltar o que a época apresentou de novo e singular. Assim, a psicologia superficial é a mesma não só para os três personagens citados, mas para todos os jovens presentes no universo da Sound e da Estação.
O comportamento é significativamente alterado pelas drogas e a personalidade é fraca em conseqüência disso.

Valores e dilemas juvenis que:

A) Permanecem até hoje:
-Jovens ainda se submetam a situações inadequadas a fim da integração com outros jovens.

B) Mudaram:
- Hoje, há campanhas e mobilizações para alertar os jovens sobre as consequências do uso de drogas, assim, eles têm plena consciência e informação, apesar de muitos ainda tornarem-se usuários.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Eu, Christiane F. - 13 Anos, drogada e prostituída - Parte I


Título Original: "Christiane F. - Wir Kinder vom Bahnhof Zoo"
Direção: Uli Edel
Roteiro: Kai Hermann, Horst Rieck, Herman Weigel e Uli Edel.
Origem: Alemanha
Ano de lançamento: 1981 (representando a segunda metade dos anos 1970)
Duração: 125 minutos

Elenco:
Natja Brunckhorst (Christiane F.)
Thomas Haustein (Detlev)
Jens Kuphal (Axel)
Christiane Reichelt (Babsi)
David Bowie (David Bowie)
Jan Georg Effler (Bernd)
Rainer Woelk (Leiche)
Daniela Jaeger (Kessi)
Kerstin Richter (Stella)
Dirigido por Uli Edel, Eu, Christiane F. - 13 Anos, drogada e prostituída é baseado no livro homônimo, escrito pelos jornalistas Kai Hermann e Horst Hieck, publicado e editado pela revista alemã Stern em 1978. O livro, por sua vez, baseia-se em um depoimento real de Christiane F., que, na época, era uma jovem viciada em heroína que fascinou os escritores ao descrever sua luta contra o vício de maneira tocante. Apesar de ser uma adaptação, é relevante o fato da história ter sido relatada na concepção de uma menina de 14 anos, pois isso com certeza altera detalhes, dependendo do modo que ela encarou os fatos. O filme pode ser considerado romance, levando em conta que a aparente motivação de Christiane era Detlev, um garoto que ela conheceu na Sound e que, para estar perto dele, entrou em seu universo decadente de drogas e prostituição, conhecendo outros jovens de sua geração “perdida”.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A Primeira Noite de um Homem - Parte III

Análise de cenas e/ou diálogos relevantes:

1. Primeiro diálogo do filme. Ben (B) e seu pai (P)



B- Pode explicar a eles que quero ficar sozinho?
P- São nossos melhores amigos. A maioria o conhece desde o seu nascimento. O que há?
B- Eu estou...
P- Atormentado?...Pelo quê?
B- Penso no meu futuro.
P- Pensa em quê?
B- Não sei. Eu queria que ele fosse...
P- Como?
B- Diferente.

Conclusão:
-Angústia de Ben em relação ao futuro ao voltar para casa.
-Os tais “melhores amigos” não o conhecem de verdade, já que representam relações superficiais familiares. Eles o intimidam com a pressão de perguntas como “O que vai fazer agora com o seu futuro? E a sua vida?”.
-Quando Ben diz que pretende ser diferente, ele quer ser diferente deste modelo de realidade das pessoas que o cercam.
-Ao tentar ficar sozinho, foge da máscara de “campeão” e motivo de orgulho que colocaram nele.

2. Conselho de Mr. Robinson para Ben:



"Eu acho que você deveria se libertar um pouco mais. Esqueça a censura. Leve a vida como ela vem. Divirta-se com as garotas e tudo!"

Conclusão:
Nervoso, Ben não absorve o conselho de Mr. Robinson, porém, isso, de alguma forma, incorporou-se à sua vida dali em diante, pois ele de fato deixará a censura em segundo plano para realizar os novos desejos. A partir daí, começa a tornar a moral flexível.

3. A primeira noite. Diálogo entre Ben (B) e Mrs. Robinson (MR)


B- A senhora é desejável, mas pense nos meus pais! No que eles diriam!
MR- O que eles diriam?
B- Não faço idéia! Mas ele têm feito muito por mim. Eles não merecem isso. Eu, em uma cama com a mulher do sócio deles!

Conclusão:
Mix de emoções:
Insegurança, nervosismo – vergonha de admitir virgindade o faz declarar medos secundários como o pensamento moral dos pais em relação ao que ele estava fazendo.

4. Diálogo entre Ben (B), na piscina, e seu pai (P)



P- Por que está flutuando?
B- Flutuar é agradável.
P- Já pensou o que fazer após seus estudos?
B- Não.
P- De que lhe serviram seus 4 anos de faculdade? Tanto estudo!
B- Tem razão.
P- Ouça, Ben... É muito bom, para um jovem que estudou tanto, aproveitar um pouco de repouso por um tempo. Passear, beber e tudo. Mas após algumas semanas, seria bom que você fizesse projetos sérios e parasse de vagar.

Neste instante, chegam os Robinsons e sua mãe, e todos o observam de cima, enquanto ele flutua, como se o pressionassem enquanto observam seus movimentos que, no instante, são de relaxamento em relação a tudo isso.



Conclusão:
Pai representa algo como sua consciência, levando em conta a alusão ao seu estado de espírito que a piscina transparece (ideia apresentada no post anterior). Traz o foco de Ben para os problemas reais ocultados pela distração recém descoberta, a vida de prazeres com a Mrs. Robinson.

5. Diálogo no carro entre Elaine e Ben (B)



B- Pareço estar em um jogo com regras idiotas. Regras estabelecidas por trapaceiros. Regras que são auto-impostas.
[...] Toda minha vida é uma desordem. Uma nulidade.

Conclusão:
Drama juvenil. Ben passa a perceber o sistema, a força externa que nos molda. Desilusão com a vida que se apresenta assim para todos.

6. Fuga do casamento - apenas expressões que representam uma imensa dúvida: "E agora?"


http://www.youtube.com/watch?v=ahFARm2j38c

Ben e Elaine, já casada, fogem juntos rumo ao incerto, demonstrando toda a precipitação e passionalidade características da juventude. Quando a euforia acaba e a razão volta a controlá-los , percebem o que fizeram. E agora? É o amadurecimento.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Primeira Noite de um Homem - Parte II

Nesta semana, uma tabela foi elaborada para auxiliar as análises dos filmes, já focando nos principais pontos a serem observados. Este filme já foi analisado dentro deste molde.

(x) sobre jovens ( ) para jovens


Análise sobre os tipos jovens representados:


1. Benjamin (20-21 anos)

Ligação com o cenário:

Residência – local onde não se sente a vontade plenamente, por causa da pressão dos pais.
Hotel – ninho de prazeres, onde quer estar a maior parte do tempo com a Mrs. Robinson.
*Interpretamos uma sequência de cenas na piscina de sua casa como uma alusão ao seu estado de espírito:
No seu aniversário, o pai de Ben anuncia para os convidados um investimento (U$200) que tinha feito naquela data em uma roupa especial de mergulho para que Ben fizesse sua estréia na piscina, dizendo que todos iriam achar engraçado e tal. Insatisfeito mas conformado, Ben caminha lentamente até a piscina, ofegante, e pula dentro dela. Após o primeiro mergulho, tenta voltar à superfície, mas seus pais o empurram de volta.
Interpretação: o pai de Ben o anunciou recém-formado, mostrando o investimento que fez em seus estudos e esperando que ele agradasse a sociedade modelo que os amigos representam naquele universo. Pressionado pelo pai, Ben caminha até a piscina como quem caminha em direção ao futuro e ao pular, significa que já chegou nele, o que é demonstrado pela sua angústia, dentro da água, derivada da indecisão e do desejo de ser diferente. Ao tentar voltar à superfície, que pode representar os seus verdadeiros desejos, os pais o pressionam para que ele pense no futuro que eles esperam.
Durante a “primeira noite”, na hora H, o diretor brinca com o recurso de misturar cenas, ligando esta a um pulo na piscina, onde flutua, relaxado.
Assim, há duas perspectivas do personagem em relação ao que ele deve fazer para “construir” o seu futuro:
a) Flutuando, ele permanece despreocupado com isso, já que descobre outras “fontes de vida”, o prazer, que antes desconhecia, quando focado nos estudos.
b) Afundando, ele está aflito e angustiado com as escolhas que lhe são apresentadas pelo seu mundo.
Outro detalhe é o momento em que a piscina está sendo limpa e ele observa da janela, logo após de se libertar de seus segredos com Elaine e o seu mundo desabar em relação a ela e a Mrs. Robinson. Como se aquilo o inspirasse para limpar a sua suposta sujeira e ir atrás de seu amor que é o que acontece.
*Outra interpretação feita, foi a partir de um ângulo abordado pelo diretor em uma cena onde um aquário aparece em primeiro plano, enquadrando Ben, como se este estivesse ali dentro, preso numa armadilha (que é o aquário para os peixes), sem ter para onde ir.

Personalidade (comportamento):
Confuso, submisso, inseguro, atrapalhado. Essas características transformam-se ao longo da experiência que vive com a Mrs. Robinson e ele acaba desenvolvendo uma autoconfiança e até convicção em sua escolha precipitada (no final do filme).

Valores:
-No início, Ben aparenta certo conservadorismo, resistindo às tentações da Mrs. Robinson.
-Romântico.

Interação com fatos da trama:
-Caso amoroso com Mrs. Robinson.
-Apaixona-se acidentalmente por Elaine Robinson.

2. Elaine Robinson

Personalidade (comportamento)
Ingênua. Transparece uma figura intocável no início da trama, e depois apresenta-se como uma jovem comum e, inclusive, vaidosa - demorando para arrumar-se.
Mostra-se mais sensata e realista do que o Ben ao não aceitar de imediato o pedido de casamento.

Interação com fatos da trama:
Quando Bem interfere em seu casamento, Elaine observa a reação dos convidados e familiares e acaba agindo por impulso, contrariando-os em nome de sua felicidade.


Valores e dilemas juvenis que:


a) Permanecem até hoje:
-Dúvidas em relação ao futuro;
-Insegurança na “primeira noite”;
-Precipitação e dramatização nas escolhas;

b) Mudaram:
- Ben valorizava o investimento que seus pais haviam feito. Ele sente que deve honrá-los. Hoje, os jovens pouco valorizam isso, considerando estes investimentos nada mais que obrigações paternas.
-Respeito pelos mais velhos, que na época eram tratados com formalidades, como Sr. e Sra.

-Castidade. Ben regressou da universidade ainda virgem e sem preocupações mediante este fato. Atualmente, os jovens (principalmente guris) têm o sexo como quase prioridade, importando-se em perder a virgindade durante a adolescência.

A Primeira Noite de um Homem - Parte I

Título Original: "The Graduate"
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Calder Willingham / Buck Henry
Origem: Estados Unidos
Ano de lançamento: 1967
Duração: 105 minutos

Elenco:
Anne Bancroft (Sra. Robinson)
Dustin Hoffman (Benjamin Braddock)
Katharine Ross (Elaine Robinson)
William Daniels (Sr. Braddock)
Murray Hamilton (Sr. Robinson)
Elizabeth Wilson (Sra. Braddock)
Brian Avery (Carl Smith)
Walter Brooke (Sr. McGuire)
Norman Fell (Sr. McCleery)
Alice Ghostley (Sra. Singleman)
Richard Dreyfuss (hóspede do hotel)


Dirigido por Mike Nichols, A Primeira Noite de um Homem não retrata apenas a temática do início da vida sexual de um recém formando, mas, também, a sua indecisão quanto ao futuro diante das pressões externas e internas. Ao retornar para casa, depois de quatro anos de universidade, Ben vivencia uma experiência inusitada derivada da insistência sedutora da mulher do sócio de seu pai, a sra. Robinson, e, a partir deste fato, deixa a angústia em relação a suas escolhas futuras de lado para curtir a recém-descoberta vida de prazeres. Porém, acaba se apaixonando intensamente pela filha da sra. Robinson, tomando decisões precipitadas típicas desta fase.